O sistema Pfafstetter é uma metodologia amplamente utilizada para a descrição da topologia da bacia hidrográfica. O sistema descreve a anatomia regional de uma rede hidrográfica usando uma codificação hierárquica de dígitos decimais. O sistema Pfafstetter é importante por auxiliar na identificação de sub-bacias (de vários níveis) processadas com sistemasde informação geográfica (SIG).

Fig. 1  Sistema de codificação Pfafstetter para identificação de bacia hidrográfica
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Uma bacia do Nível 0 corresponde a um tamanho de escala continental, isto é, uma bacia que drena para o oceano. Os níveis (números) de codificação mais altos representam subdivisões progressivamente menores da bacia do Nível 0. Teoricamente, o sistema não está limitado no número de níveis. Na prática, no entanto, os níveis entre n = 6 a n = 8 são geralmente suficientes. Em cada nível, a cada bacia é atribuída um número inteiro específico m, que varia de m = 0 a m = 9, dependendo da sua localização e função na rede de drenagem.

Em cada nível, as bacias hidrográficas são classificadas em três tipos: (1) bacia, (2) entrebacia e (3) bacia interna, como mostrado na Tabela 1. Uma bacia é aquela que não possui fluxo de entrada concentrado a montante, mas saída a jusante. Uma entrebacia é aquela que tem ambos os fluxos concentrados, a montante e a jusante. Uma bacia interna é aquela que não possui fluxo concentrado de entrada ou saída, ou seja, é uma bacia endorética ou fechada.

Tabela 1.  Subdivisão no Sistema de Codificação Pfafstetter. No. Tipo Fluxo de entrada concentrado a montante Fluxo de saída concentrado a jusante 1 Bacia NÃO SIM 2 Entrebacia SIM SIM 3 Bacia Interna NÃO NÃO

Para cada nível, de 1 a n, a atribuição de códigos Pfafstetter é realizada da seguinte forma:

1. A partir do exutório da bacia hidrográfica, restreie rio acima ao longo do tronco principal, identificando os quatro (4) afluentes com as maiores áreas de drenagem. As bacias hidrográficas que contêm esses quatro afluentes são classificadas como bacias e a elas são atribuídos dígitos pares (m = 2, 4, 6 e 8), os quais aumentam de jusante para a montante.

2. As bacias intermediárias, isto é, as que contribuem lateralmente para o tronco principal, são classificadas como entrebacias e a elas são atribuídas dígitos ímpares (m = 1, 3, 5 e 7), os quais aumentam de jusante para a montante.

3. O último dígito ímpar m = 9 é reservado para a cabeceira da bacia, isto é, para o afluente 7 da entrebacia. 7.

4. À maior bacia interna, se presente, é atribuído o número m = 0. Outras bacias internas, se presentes, são incorporadas nas bacias mais próximas ou entrebacias.

5. No caso incomum em que duas bacias, digamos, 2 e 4, drenam no mesmo local, de um lado ou de lados opostos, a entrebacia 3 seria considerada uma entrebacia nula, de área zero.

A Figura 1 mostra um exemplo de três (3) níveis do sistema de codificação Pfasfstetter. Para cada nível, Nível 3 por exemplo, os dígitos atribuídos (XYm) são combinados com o código Nível 2 (XY). Por exemplo, a bacia 846 é a bacia 8 do Nível 1 (mais grossa), a bacia 4 do Nível 2 (intermediária) e a bacia 6 do Nível 3 (mais fina).

Fig. 1  Sistema de codificação Pfafstetter para identificação de bacia hidrográfica (Clique -aqui- para expandir).